Publicado originalmente no @BrunoCarazza em 01/04/2019

 

Ao contrário do que parece, Bolsonaro dedicou bastante atenção ao Congresso nos primeiros 3 meses do governo. Foram pelo menos 74 encontros com parlamentares.

Deputados são o segundo grupo mais importante na agenda do presidente, atrás apenas das reuniões com a equipe ministerial e dirigentes de órgãos e estatais (o que é normal, principalmente no início do governo).

Entre os parlamentares, além dos filhos e dos líderes do governo (Major Vitor Hugo e Joice Hasselmann) e dos presidentes da Câmara (Rodrigo Maia) e Senado (Davi Alcolumbre), os mais prestigiados foram Carla Zambelli, Bia Kicis e o Pastor Marco Feliciano.

Bolsonaro só se reuniu com os líderes partidários uma vez, e outra com a bancada do PSL. Em geral, seus encontros com parlamentares são individuais ou em grupos de 2 ou 3, muitas vezes acompanhado de Onyx Lorenzoni.

Em termos de partidos, Bolsonaro privilegia o PSL, mas tem recebido parlamentares de diversos partidos do centrão e de centro-direita. Como seria de se esperar, não recebeu ninguém de esquerda (Rede, PSOL, PDT, PSB e, claro, PT).

Se a ideia inicial era bypassar os partidos e governar com as bancadas BBB, Bolsonaro esteve na posse do novo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, dep. Alceu Moreira, e recebeu por 3 vezes o ex-deputado Alberto Fraga (DEM/DF), expoente da bancada da bala.

Houve também 4 encontros com líderes religiosos: RR Soares (Internacional da Graça de Deus), Estevam Hernandes (Renascer em Cristo), César Augusto (Fonte da Vida) e Gerônimo Martins (Sara Nossa Terra). Num desses encontros foi convocado o secretário da Receita Federal.

A agenda internacional de Bolsonaro foi agitada neste início. Em função da posse e das visitas ao fórum de Davos, aos EUA e ao Chile, foram 40 encontros com representantes de governos estrangeiros e organismos multilaterais de janeiro a março (sem contar Israel).

Foram 25 encontros com o setor empresarial: bancos (Santander e Merrill Lynch), empresas de mídia (Record, SBT, Rede TV e CNN Brasil), ruralistas (usineiros, criadores de gado, vinicultores), empresários da educação e produtores de aço dominaram a agenda de Bolsonaro.

Entre os governadores, Antonio Denarium (RR, por causa da crise da Venezuela), Romeu Zema (crise fiscal em MG + Brumadinho) e os alinhados ideologicamente Dória (SP), Witzel (RJ), Caiado (GO) e Coronel Marcos Rocha (RO) foram recebidos no Palácio do Planalto.

Bolsonaro também prestigiou vários eventos nas Forças Armadas. Foram 12 participações, entre cerimônias de troca de comando, entregas de condecorações, solenidades diversas e visitas de oficiais.

Confira aqui a Agenda do Presidente: http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-o-planalto/agenda-do-presidente-da-republica/2019-04-01 …