O fundo eleitoral precisa de mais dinheiro público?

Congresso aprovou aumento de R$ 1,8 bilhão no valor do fundo

A comissão do Congresso responsável pelo Orçamento aprovou um relatório preliminar que aumenta de R$ 2 bilhões para R$ 3,8 bilhões o fundo eleitoral em 2020. Essa alta de R$ 1,8 bilhão no montante implica em cortes em saúde, educação e infraestrutura.

A medida teve apoio de 13 partidos: PP, MDB, PTB, PT, PSL, PL, PSD, PSB, Republicanos, PSDB, PDT, DEM e Solidariedade. Eles representam 430 dos 513 deputados e 62 dos 81 senadores. Podemos, Cidadania, PSOL e Novo foram contra o aumento.

Bruno Carazza, analista político, professor do Ibmec e autor de “Dinheiro, Eleições e Poder - As Engrenagens do Sistema Político Brasileiro” (Cia. das Letras), discute o financiamento de campanhas no Brasil e explica o fundo eleitoral.

Ouça o episódio:


A crise de representação dos partidos políticos

Renata Lo Prete recebe Marco Aurélio Nogueira, cientista político e professor da Unesp, Leandro Machado, cientista político e cofundador do movimento de renovação Agora, e Bruno Carazza, professor do Ibmec e autor do livro "Dinheiro, Eleições e Poder". Eles tratam da questão a partir da tentativa do presidente Jair Bolsonaro de tomar o PSL de Luciano Bivar. O programa aborda ainda a definição do TSE em aceitar ou não assinaturas eletrônicas para a criação do novo partido do presidente.

 


Candidatos contratam políticos nas campanhas

O Estado de S.Paulo, 08/09/2019

Segundo levantamento do Estado, 2,6 mil vereadores, 167 vice-prefeitos e 47 prefeitos foram contratados pelas campanhas de candidatos a deputados, senadores ou governadores nas eleições de 2018.

"Nos dados compilados pelo Estado, identificamos mais uma forma de deturpar a separação entre público e privado na política brasileira", opinou Bruno Carazza, especialista em financiamento eleitoral no Brasil e autor do livro Dinheiro, Eleições e Poder. "Com mais dinheiro público para campanhas, criamos oportunidades para utilização de laranjas, lavagem de dinheiro e reforço a laços de compadrio na política e ao poder de oligarquias regionais."

Leia a íntegra da reportagem clicando aqui

 


Dinheiro para campanhas eleitorais - e como o Congresso quer mudar as regras do jogo

Nilson Klava e Bruno Carazza conversam com Renata Lo Prete neste episódio. Nilson fala de como estão as negociações no Congresso sobre o fundo eleitoral. Carazza explica como é nosso sistema de financiamento de campanhas – e o que poderia ser mudado.

Na noite de terça-feira (17), o Senado rejeitou a maior parte de um projeto sobre regras eleitorais que já havia sido aprovado pela Câmara. O texto continha uma série de pontos polêmicos que, segundo especialistas, reduziriam a transparência e dificultariam a fiscalização de campanhas eleitorais.

Os senadores preservaram, no entanto, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado fundo eleitoral, que viabiliza recursos públicos para o custeio das campanhas eleitorais municipais em 2020.

Criado em 2017, o fundo destinou R$ 1,7 bilhão, dividido entre os partidos, para as eleições de 2018. O valor do fundo para o ano que vem ficou de fora do projeto aprovado, mas senadores afirmaram que há um “compromisso” para que o total não ultrapasse o da última eleição.

Renata Lo Prete conversa com Nilson Klava, repórter da Globo em Brasília, que conta os bastidores da aprovação do projeto e traz os detalhes sobre o texto.

Depois, ouve o economista e autor do livro "Dinheiro, eleições e poder: as engrenagens do sistema político brasileiro", Bruno Carazza, sobre as implicações do modelo brasileiro de financiamento de campanha.