Publicado em 16/11/2020

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), dormirá neste domingo com um resultado amargo nas eleições municipais de 2020. Dos 12 candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro em suas “lives” semanais, apenas quatro se elegeram ou chegaram ao segundo turno.

Nos principais colégios eleitorais do país, a única vitória de Bolsonaro foi no Rio de Janeiro — onde o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), se recuperou e disputará o segundo turno contra Eduardo Paes (DEM).

Para o cientista político Bruno Carazza, Bolsonaro, no entanto, o papel de Bolsonaro nas eleições municipais não foi tão decisivo — apesar de alguns fracassos como o de Russomanno.

“Muita gente fez a leitura inicial, principalmente por causa do fracasso de Russomanno, de que o Bolsonaro não foi um bom cabo eleitoral. Mas eu não vejo assim. A recuperação de Crivella, no Rio de Janeiro, é uma indicação da força de Bolsonaro. O candidato dele em Belo Horizonte (Bruno Engler) também teve um desempenho melhor do que as pesquisas mostravam, o que indica que ele conseguiu mobilizar as pessoas na reta final”, disse Carazza, que é autor do livro Dinheiro, eleições e poder, sobre o financiamento das disputas políticas no Brasil.

“Ao não lançar o partido (o Aliança pelo Brasil), ele pode dizer agora que os fracassos não são culpa dele. Ao mesmo tempo, vai capitalizar com as eventuais vitórias que aparecerem”, diz o cientista político, que é professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec.

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