Para analisar o quanto de “mito” há no discurso de Bolsonaro, analisei o seu comportamento na Câmara dos Deputados desde 1991. Para isso, coletei os dados sobre projetos propostos, votações nominais e participação em frentes parlamentares. A visão a que cheguei é que Bolsonaro sempre foi corporativista, intervencionista, conservador e, em certa medida, oportunista.

Mais de um terço das propostas legislativas apresentadas por Bolsonaro desde 1991 tratam dos militares: valor dos rendimentos, pensões, moradia, atendimento médico e hospitalar, criação de colégios militares e anistia de penalidades foram alguns dos assuntos propostos para agradar seu eleitorado preferencial.

Na economia, os 15 projetos apresentados por Bolsonaro passam longe do discurso liberal que ele vem defendendo recentemente. Suas propostas na área econômica, ao contrário, revelam uma visão intervencionista: Bolsonaro foi um grande defensor das mudanças nos contratos e índices de correção dos contratos do Sistema Financeiro Habitacional e propôs a reserva de vagas e a concessão de descontos de 50% no transporte aéreo para idosos, por exemplo. Um grande número de projetos trata, ainda, da concessão de isenções tributárias para grupos específicos, como taxistas, indústria automobilística e portadores de diabetes. Todas as medidas, portanto, tratam de beneficiar alguns grupos em detrimento de todos os contribuintes.

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