Publicado originalmente no @BrunoCarazza em 01/04/2019

 

1) Guedes se comporta como um típico Ministro da Economia no Brasil: tenta acalmar o mercado, atrair investimentos e solucionar uma grave crise fiscal.

2) Sua agenda é a mais equilibrada na cúpula do governo: encontros com membros do governo (68), executivos e banqueiros (58), representantes de instituições multilaterais e governos estrangeiros (26), governadores e prefeitos (23) e parlamentares (21), entre outros (22).

3) Na agenda oficial, constam 7 reuniões com Bolsonaro, além de 8 reuniões com o presidente e vários ministros no Conselho de Governo. Ele tb acompanhou o presidente em almoços, jantares, palestras e na entrega de projetos no Congresso.

4) PG tem realizado “reuniões de governança” periódicas com os presidentes dos principais bancos oficiais em conjunto: Joaquim Levy (BNDES), Rubem Novaes (BB) e Pedro Guimarães (CEF).

5) Outro interlocutor frequente é Roberto Castello Branco, da Petrobras.

6) Depois da posse (em 13/03), só houve um encontro oficial entre o superministro da economia e o novo presidente do Bacen, Roberto Campos Neto.

7) PG parece afinado com o núcleo político do governo: Onyx Lorenzoni (9 encontros) e o Gen. Santos Cruz (3 reuniões).

8) Entre os demais ministros, chama a atenção a frequência de encontros com Osmar Guerra, da Cidadania. Foram 5 reuniões (sendo uma delas com a confederação de municípios), o que dá fundamento para a conversa de que PG pretende aprimorar o Bolsa Família.

9) Em 3 meses Guedes se encontrou oficialmente com as seguintes instituições financeiras: XP (Guilherme Benchimol, por duas vezes), Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), Rio Bravo (Gustavo Franco), BBVA (Torres Vila), UBS (Axel Weber e, em outra ocasião, Sylvia Coutinho), Visa (Ryan McInerney), BlackRock (Armando Senra), Citi (Jane Fraser), Barclays (Roberto Secemski), Goldman Sacks (Ram Sundaram e, depois, duas reuniões com Maria Silvia Bastos, uma delas acompanhada de Marcelo Serfaty, da G5 Partners), JP Morgan (José Berenger), Santander (Ana Botín) e Legacy Capital (Pedro Jobim).

10) Em Davos, Guedes esteve em eventos privativos patrocinados pelo Itaú e pelo Bank of America.

11) O ministro também se encontrou com executivos e sócios da agência de rating Moody’s e da PriceWaterhouseCoopers.

12) Do setor produtivo, CEOs e presidentes de várias multinacionais estiveram com PG: Siemens, Uber, IBM (2 vezes), GM, AT&T, General Atlantic e aos investidores em infraestrutura e petróleo: Shell, Iberdrola, Total S.A., Infra Partners, Equinor Brasil, RIOgaleão,

15) Guedes também se encontrou com os dirigentes de algumas associações de indústrias, como Anfavea, os institutos Aço Brasil e de Desenvolvimento do Varejo, a federação das indústrias do PR, a Sociedade Nacional de Agricultura, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

16) A agenda também indica que PG está se envolvendo cada vez mais no corpo-a-corpo pela reforma da previdência. Rodrigo Maia é o principal parceiro (6 encontros, sendo que um deles foi um almoço com os líderes dos partidos), além de Davi Alcolumbre (2 reuniões).

17) Os demais encontros ocorreram com o Major Vitor Hugo (líder na Câmara), Fernando Bezerra (líder no Senado), Omar Aziz (presidente da CAE no Senado), deputados Felipe Francischini e Bia Kicis (presidente e vice da CCJ na Câmara), além do senador Espiridião Amin (relator da PEC do Orçamento) e dos seus colegas Major Olímpio e Flávio Bolsonaro (PSL). Com exceção do major Vitor Hugo (2 encontros), nos demais houve somente uma reunião.

Paulo Guedes prestigiou a posse da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária e recebeu Kim Kataguiri e alguns deputados da Frente do Livre Mercado.

18) Guedes parece tb disposto a se inteirar da situação dos Estados, dada a grave crise fiscal q enfrentam. Ele recebeu os governadores de AM (2 vezes), MG, MT, PA, RS, PE, GO, RN, PB, SC, SP, AL, RJ, DF, CE e BA. PG tb compareceu a duas reuniões do Fórum de Governadores.

19) O ministro da Economia também esteve em 2 encontros com a Frente Nacional de Prefeitos, outro com a Confederação Nacional de Municípios e ainda se reuniu com o prefeito Crivella, do Rio. Seria um sinal de “Mais Brasil e menos Brasília”?

20) Quanto aos demais poderes, houve uma reunião com o presidente do STF, Dias Toffoli, outro com a ministra Rosa Weber e uma visita de cortesia ao Supremo. Guedes tb esteve com o novo presidente do TCU, José Múcio.

21) Na agenda internacional, encontros com ministros estrangeiros em Davos (Holanda, Israel e Singapura) e com o Secretário e o Representante de Comércio nos EUA. Guedes tb se reuniu com o embaixador da China e com seus pares da Argentina e do Paraguai.

22) Em relação às organizações multilaterais, em Davos houve encontros com o diretor-geral da OMC, o presidente do BID e o secretário-geral da OCDE. Guedes também foi visitado pelo vice-presidente do Banco Mundial e pelo diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI.

23) Esta é para quem se preocupa com a pressão das corporações contra a reforma da previdência: Guedes também se reuniu com os sindicatos dos servidores da Receita Federal e da Susep, além da associação nacional dos membros dos Tribunais de Contas.

24) Por fim, o principal interlocutor de Paulo Guedes no meio acadêmico parece ser Carlos Langoni, ele tb um “Chicago-old”, ex-presidente do Bacen (1980-1983) e atualmente diretor do Centro de Economia Mundial da FGV. Foram 6 encontros nos últimos 3 meses.

25) O outro acadêmico ouvido por PG (por duas vezes) foi Aloísio Araújo (FGV e IMPA), um grande defensor das reformas microeconômicas desde os tempos de Palocci.

26) Acesse a agenda do ministro da Economia Paulo Guedes aqui: http://www.economia.gov.br/agendas/gabinete-do-ministro/ministro-da-economia/paulo-guedes/2019-04-03?month:int=4&year:int=2019 ….