Governadores do Maranhão e do Rio Grande do Sul sinalizam para o centro visando 2022
Por Bruno Carazza.
Vale a pena assistir ao “Fura Bolha” com os governadores Flávio Dino (PCdoB/MA) e Eduardo Leite (PSDB/RS), um bate-papo produzido pela Fundação FHC e pelo Quebrando o Tabu. Dois políticos da nova geração, às voltas com um pesado fardo herdado de seus antecessores e com visões modernas sobre o país.
Um tucano, outro de esquerda; o primeiro tem uma visão mais liberal da economia e acredita na eficiência dos mercados, enquanto o segundo defende a atuação do Estado na promoção da justiça distributiva; um declarou voto em Bolsonaro no segundo turno, já o outro esteve do lado de Haddad. Porém, ambos concordam que Bolsonaro tem uma pauta de moral e costumes retrógrada, que a redução da maioridade penal não é solução para os problemas da segurança pública e que educação sexual deve ser discutida sim nas escolas.
Perguntados sobre a uberização da economia, Eduardo Leite mostrou grande preocupação com seus efeitos sobre o financiamento do sistema de transporte público, já Flávio Dino chama a atenção para os potenciais efeitos da precarização das relações de trabalho sobre o custeio da previdência.
Apesar de acreditar no papel do Estado como indutor do desenvolvimento, Flávio Dino não descarta vender estatais que possam ser melhor geridas pelo setor privado. Defensor da responsabilidade fiscal, Eduardo Leite busca abrir espaço no orçamento para atender melhor os cidadãos.
Questionados se desejam ser presidentes da República um dia, ambos disseram com todas as letras que estão à disposição caso convidados. Dino defende a construção de uma ampla frente de esquerda, e Leite se posiciona como político de centro e social-democrata.
Dois nomes que, graças às suas boas gestões estaduais e disposição para o diálogo com “a outra margem do rio”, como disse Dino, aos poucos vão se colocando como opções para 2022. É bom ficar de olho, pois ouviremos bastante desses dois até lá e depois.
