Publicado em 18/11/2020

Cada voto no atual prefeito Bruno Covas (PSDB) custou R$ 6,89 em recursos públicos do fundo eleitoral. Já o voto em Guilherme Boulos (PSol) despendeu R$ 2,52. Os números foram obtidos por meio da divisão do número de votos que os dois candidatos conquistaram pelos valores que cada um recebeu dos partidos.

Segundo artigo do economista Bruno Carazza, autor do livro Dinheiro, eleições e poder: as engrenagens do sistema político brasileiro, as mudanças recentes na legislação eleitoral ainda não fazem frente ao capital social de políticos profissionais, permitindo a manutenção de famílias tradicionais no poder.

“Mesmo com o TSE determinando que esse dinheiro seja distribuído levando em consideração um mínimo de 30% para mulheres e a proporção racial, cabe aos caciques partidários decidir quem será contemplado. Nas eleições de 2018, por exemplo, observou-se que boa parte da parcela destinada às candidaturas femininas foi aplicada em esposas, filhas e netas de políticos tradicionais.”

Ainda segundo o acadêmico, pessoas com fortes vínculos de parentesco ou amizade com líderes dos partidos são privilegiadas na repartição dos fundos eleitoral e partidário e tendem a se manter no poder.

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