Troca de comando da Petrobrás e ameaça de demissão do presidente do Banco do Brasil deixaram sensação de volta ao passado de políticas econômicas

Adriana Fernandes e Anne Warth, O Estado de S.Paulo

02 de março de 2021 | 15h00

“O presidente é um animal político e sabe que isso atrai dividendos. Saiu uma pesquisa da XP indicando que até mesmo quem não é apoiador do presidente concorda que o governo deve intervir para controlar os preços”, diz Bruno Carazza, professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral. Para Carazza, ainda está muito arraigada no País a defesa do papel do Estado em promover o desenvolvimento.  Dessa forma, temas como privatização e políticas de preços, ainda mais quando eles sobem, continuam sendo um tabu.

“Bolsonaro sabe disso e, nesse sentido, ele está agindo como a Dilma no setor elétrico e como ela segurou os reajustes”, diz Carazza. O economista do Ibmec avalia que Bolsonaro e Dilma se aproximam no perfil “voluntarista” de querer fazer as coisas. Antes do diesel, Bolsonaro já se incomodou com o dólar alto, preços do arroz e outros produtos e  reduziu a taxação na importação de bicicletas e de armas, com perda de arrecadação. Tentou também favorecer a tributação das igrejas para agradar apoiadores e fazer a desoneração dos combustíveis sem a compensação, uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Depois da aprovação da autonomia do Banco Central, reclamou que o dólar não caiu.

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