A CPI da Covid, que busca apurar ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia, ainda tem um longo caminho pela frente: há mais dez depoentes já convocados e uma duração prevista para um total de 90 dias — prazo que pode ser ampliado.

  • Paula Adamo Idoeta
  • Da BBC News Brasil em São Paulo

Esse distanciamento em relação ao presidente ocorreu mesmo no caso do ex-ministro Mandetta, avalia o analista político Bruno Carazza, professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral. “O depoimento de Mandetta tinha um potencial explosivo, mas ele foi muito cauteloso, uma vez que é um eventual candidato (em 2022) e não quer se desgastar totalmente com o eleitor bolsonarista”, diz Carazza.

Se todas as Comissões Parlamentares de Inquérito são, por natureza, instrumentos de pressão e convencimento da opinião pública, a CPI da Covid o é ainda mais por abordar um tema tão próximo à realidade de cada um dos brasileiros, prossegue o analista.

“Então é de se esperar que seja explorada ao máximo pela oposição e também pelo governo, de jogar a conta (das mortes na pandemia) aos Estados e municípios e tentar se blindar”, explica.

“Depois de uma primeira fase com nomes muito aguardados (como os de ex-ministros), agora a CPI precisará não perder o foco, por uma tendência natural de desgaste da opinião pública. Teremos personagens mais coadjuvantes, então há o risco de a oposição perder o controle dos holofotes, mas também a chance de surgirem elementos novos para sacudir a história”, conclui Carazza.

Leia a íntegra em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57208771