Os bastidores da tramitação da PNRS revelam conflitos de interesses e alianças que viraram casamento com divisão de bens. A indústria, como sempre, saiu ganhando

11.05.21 | Mylena Melo & Nathália Iwasawa

Em sucessivas campanhas eleitorais, Jardim foi financiado por empresas diretamente ligadas ao tema da lei. Em 2002, recebeu da Petropack – fabricante de embalagens de plástico – R$ 18 mil. Em 2006, R$ 50 mil da antiga fabricante de refrigerantes Schincariol – que hoje é da Heineken. Nesse mesmo ano, outras duas fabricantes de bebidas fizeram doações, a Dixer Distribuidora de Bebidas S/A e a Fratelli Vita Bebidas S/A (R$ 50 mil e R$ 70 mil, respectivamente). Em 2014 a Braskem, que está entre as maiores produtoras de plástico do mundo, também apostou na candidatura de Jardim, com R$ 11 mil.

Esses são alguns exemplos mais emblemáticos do financiamento das campanhas do deputado. Há muitas outras doações das mais diversas fontes, de empresas prestadoras de serviços de engenharia a planos de saúde. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Vale lembrar que, durante a tramitação da PNRS, a Recofarma, uma das maiores fabricantes dos produtos Coca-Cola no mundo, foi também uma das maiores financiadoras de campanhas políticas no país. Doou mais de R$ 50 milhões, entre 2002 e 2014, para diversos candidatos. É o que relata o pesquisador Bruno Carazza no livro Dinheiro, eleições e poder: As engrenagens do sistema político brasileiro (Companhia das Letras, 2018).

Leia a íntegra em: https://ojoioeotrigo.com.br/2021/05/quando-lobby-e-democracia-dao-as-maos/