Categorias que integram base fiel de Bolsonaro recebem aumento de salários, cargos comissionados e programa habitacional próprio em meio à crise nas contas públicas

André Shalders, O Estado de S.Paulo

18 de setembro de 2021 | 05h00

O analista político Bruno Carazza cita o fato de Bolsonaro ter passado a maior parte de sua carreira no Congresso defendendo pautas corporativas dos militares, mesmo nicho que foi depois ocupado por seus filhos com carreira política. “A família teve nos militares e nos policiais a sua principal base eleitoral, ao longo da carreira toda. Os militares concederam aos Bolsonaros essa longa carreira, então era de se esperar que ele contemplasse esse grupo, ao chegar ao poder”, disse Carazza, que é professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.

Sem partido ou grupo político consolidado, afirmou Carazza, Bolsonaro buscou militares e policiais para preencher postos estratégicos no governo — o que, em retorno, aumentou a influência destes sobre as decisões do Executivo. “A literatura existente sobre burocracias na ciência política mostra que estes cargos de elite têm uma ascendência muito grande sobre os tomadores de decisão.”

Carazza afirmou ainda que os acenos de Bolsonaro para os militares e policiais — principalmente os de baixa patente — podem ser importantes para 2022: tanto por causa dos votos do grupo, quanto num eventual acirramento do quadro político. “É clara a tentativa de Bolsonaro de obter apoio para qualquer circunstância que possa aparecer no ano que vem”, disse ele.

Leia a íntegra em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,sob-bolsonaro-beneficios-a-militares-e-policiais-vao-custar-r-27-7-bi-ate-2022,70003843456